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CUT, Condsef/Fenadsef e Funai avançam em diálogo para integrar pautas indígenas ao movimento sindical

A iniciativa surgiu a partir da compreensão de que o movimento sindical precisa ampliar seu diálogo com toda a classe trabalhadora, especialmente com segmentos historicamente invisibilizados, como os povos indígenas.
Por SECOM FETRAM sábado, 27 de dezembro de 2025 | 13h48m

Uma reunião entre a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef/Fenadsef) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) marcou um passo importante na construção de um trabalho conjunto voltado à aproximação entre a pauta do trabalho indígena, suas lutas políticas e o movimento sindical brasileiro.

O encontro contou com a participação da diretora da Condsef/Fenadsef, Mônica Carneiro; de Jefferson Fernandes, da Coordenação-Geral de Atividades Produtivas da Funai (CGAP); e do assessor Alex Capuano, representando o secretário nacional de Economia Solidária da CUT Brasil, Admirson Medeiros, o Greg.

Durante a reunião, foi apresentada a Secretaria Nacional de Economia Solidária (SNES), criada no 14º Congresso da CUT, realizado em 2023. A iniciativa surgiu a partir da compreensão de que o movimento sindical precisa ampliar seu diálogo com toda a classe trabalhadora, especialmente com segmentos historicamente invisibilizados, como os povos indígenas.

Economia solidária como ferramenta de inclusão e fortalecimento

A CUT compartilhou experiências que evidenciam o potencial da economia solidária para a organização dos trabalhadores. Entre os exemplos apresentados, destacou-se a cooperativa Coobay, do povo Mẽbêngôkre-Kayapó, que reúne cerca de 600 famílias em três territórios e 50 aldeias no estado do Pará. A cooperativa atua em diversas frentes, com destaque para a produção e comercialização da castanha-do-Brasil no mercado nacional e internacional.

A experiência reforça a contradição existente no imaginário social, que ainda estigmatiza os povos indígenas e, muitas vezes, os exclui da compreensão de classe trabalhadora, como se não realizassem trabalho. Para o secretário nacional de Economia Solidária da CUT, o diálogo iniciado representa um passo fundamental para o reconhecimento dessa realidade.

Defesa dos direitos indígenas em um contexto de ataques

A Condsef/Fenadsef ressaltou que o fortalecimento desse diálogo ocorre em um momento crítico para os povos indígenas. Segundo Mônica Carneiro, os direitos territoriais enfrentam ataques sem precedentes, o que exige uma atuação firme do movimento sindical.