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Liberação de registro sindical intensifica disputa entre entidades de professores e afeta decisão judicial

Ministério do Trabalho libera registro sindical da Proifes: Novo capítulo na disputa com o Andes
Por SECOM FETRAM quinta-feira, 13 de junho de 2024 | 12h47m

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) concedeu, nesta segunda-feira (10), o registro sindical à Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes). Este pedido estava em tramitação desde 2009. A movimentação no processo surge em um momento delicado, com o governo federal enfrentando tensões com entidades sindicais do setor devido a um acordo firmado com a Proifes sobre o reajuste salarial da categoria, atualmente em greve.

Reconhecimento Formal e Jurídico

O registro sindical, também conhecido como carta sindical, é um ato administrativo do Poder Executivo federal que oficializa a existência de uma organização e lhe confere personalidade sindical. No caso da Proifes, a concessão do registro foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda-feira (10), com base em um despacho emitido na última quinta-feira (6).

Em uma nota pública, a Proifes declarou que a decisão do MTE “representa um reconhecimento à atuação da entidade”. O presidente da Proifes, Wellington Duarte, comentou ao Brasil de Fato sobre a importância da medida: “Como eu já disse várias vezes, a representatividade política nós temos, afinal de contas, desde 2007 participamos das mesas de negociação, mas ainda faltava a legitimidade jurídica. Essa carta sindical significa que o Proifes agora tem a representação política e a legitimidade jurídica para a representação dos seus sindicatos”.

Repercussões e Reações

O Brasil de Fato tentou contatar o governo para obter comentários, mas não obteve resposta. Da mesma forma, procurou o Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), que não respondeu até o fechamento desta matéria. O Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), por sua vez, criticou a decisão, afirmando que a liberação do registro da Proifes ocorreu “de forma açodada”.

Contexto e Implicações

A decisão do MTE adiciona um novo capítulo à disputa histórica entre a Proifes e o Andes, duas entidades que representam interesses distintos dentro da mesma categoria. A Proifes, que já participava das mesas de negociação desde 2007, agora possui não apenas a representatividade política, mas também a legitimidade jurídica para atuar em nome dos seus sindicatos. Essa conquista pode fortalecer a posição da Proifes nas negociações salariais e nas demais reivindicações trabalhistas.

No entanto, a concessão do registro sindical à Proifes pode gerar novas contestações judiciais e aumentar a divisão entre as entidades sindicais dos professores. A disputa pelo reconhecimento e pela representatividade legítima é uma questão complexa que envolve não apenas questões administrativas e legais, mas também políticas e ideológicas.

O impacto desta decisão no cenário sindical dos professores ainda está por se desenrolar, mas é certo que marcará um ponto significativo nas relações entre o governo, as entidades sindicais e os professores de instituições federais de ensino superior e técnico.

Conclusão

A liberação do registro sindical da Proifes pelo MTE é um marco importante na longa trajetória da entidade. Embora represente uma vitória para a Proifes, a medida também pode acirrar as tensões existentes com outras entidades sindicais, como o Andes e o Sinasefe, e provocar novas discussões judiciais e administrativas. O desenrolar dessa situação será crucial para o futuro das negociações trabalhistas e da representatividade sindical dos professores no Brasil.

Fonte: https://www.brasildefato.com.br