Número de prefeitos inscritos para agitação nos dias 14 e 15 na capital federal sobe de 400 para mais de 600, segundo Paulo Ziulkoski, comandante da CNM. Ziulkoski informa também que foi muito bem acolhido na casa de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara. Caso gestores obtenham êxito na forte pressão que querem dar nos parlamentares, atualização salarial dos educadores — prevista para janeiro — cairá drasticamente.
Presidente da Câmara Arthur Lira é pressionado por prefeitos e governadores a colocar em pauta PL que rebaixa o piso do(a) professor(a). Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados.
Em vídeo veiculado no YouTube e no site da Confederação Nacional de Municípios (CNM), o comandante dessa entidade — Paulo Ziulkoski — informa que esteve reunido dia 7 último na casa de Arthur Lira (PP–AL), onde destaca que foi muito bem acolhido pelo presidente da Câmara dos Deputados. Um dos pontos prioritários da conversa a portas fechadas: boicote ao reajuste de 31,3% previsto para o magistério em janeiro de 2022. Entenda melhor, ao final da matéria.
Nesse mesmo vídeo, Paulo Ziulkoski destaca também que a agitação marcada para os dias 14 e 15 em Brasília — para pressionar parlamentares a rebaixar o piso da educação e aprovar outras pautas — está cada vez maior. Número de prefeitos inscritos subiu de 400 para mais de 600, e a expectativa é que cresça ainda mais.
Um dos principais pontos da pauta prioritária que a CNM quer obrigar os parlamentares a aprovar é o Projeto de Lei 3776/08. Medida muda o cálculo do piso do magistério. Em vez de correção pelo mesmo índice de crescimento do custo aluno, tal como está na Lei nº 11.738/2008, criada no governo Lula (PT), atualização se daria pelo INPC acumulado dos últimos doze meses, isto é, a inflação oficial do governo.
Mudar cálculo do reajuste do piso, para eliminar ganho real de salário, é a segunda prioridade da pauta da CNM na Câmara dos Deputados. Foto/reprodução.
Veja o que na prática significa essa alteração proposta pela CNM e seus reacionários prefeitos.
Caso os gestores obtenham êxito na pressão sobre os parlamentares, e o cálculo do piso seja alterado para o INPC, reajuste de 31,3% previsto para janeiro de 2022 (crescimento do custo aluno) cai para cerca de 11%, que é a estimativa de inflação deste ano. O gráfico acima ilustra essa questão. Ou seja, é uma queda em torno de 20% no índice até agora previsto.
Com pauta oposta, profissionais do magistério devem seguir o exemplo dos prefeitos e também devem se mobilizar para impedir o rebaixamento do reajuste da categoria. É preciso sair às ruas e também pressionar os parlamentares nas redes sociais.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e seus sindicatos afiliados têm feito um bom trabalho em relação a isso. Certamente estarão presentes também em Brasília.
Fonte: www.deverdeclasse.org