O Brasil voltou a registrar crescimento no número de trabalhadores sindicalizados em 2024. Entre os 101,3 milhões de empregados contabilizados no país, cerca de 9% — o equivalente a 9,1 milhões de pessoas — eram associados a sindicatos. O dado representa um avanço de 9,8% em comparação com 2023, quando pouco mais de 8 milhões de trabalhadores faziam parte de entidades sindicais.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), divulgada nesta quarta-feira (19) dentro do módulo Características Adicionais do Mercado de Trabalho 2024, houve crescimento da cobertura sindical em todos os níveis de instrução. O aumento acompanha um cenário positivo no mercado de trabalho.
Segundo o pesquisador do IBGE, William Araújo, o país registrou em 2024 o maior número de pessoas ocupadas desde 2012. “Tivemos aumento de 13,5%, chegando a 101,3 milhões de pessoas ocupadas, o maior valor da série histórica anual”, afirmou.
Outro aspecto destacado pela pesquisa foi o número de empregadores e trabalhadores por conta própria com empreendimentos registrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). Ao todo, as duas categorias somavam 29,8 milhões de trabalhadores. Desse total, 33,6% atuavam em negócios formalizados com CNPJ — um aumento de 3,5 pontos percentuais em relação a 2023, quando havia 9,7 milhões de trabalhadores nessa condição.
Apesar do crescimento na formalização dos empreendimentos, a pesquisa mostra que apenas 4,3% dos empregadores e trabalhadores por conta própria eram associados a cooperativas de trabalho ou produção. Esse é o menor percentual da série histórica, evidenciando que esse tipo de organização ainda enfrenta baixa adesão no país.
Os números reforçam uma tendência de recuperação e formalização do mercado de trabalho brasileiro, ao mesmo tempo em que indicam maior busca dos profissionais por representação sindical em 2024.