A taxa de trabalhadores sindicalizados no Brasil voltou a crescer após mais de dez anos de queda contínua. Em 2024, 8,9% da população ocupada declarou ser filiada a algum sindicato, segundo dados recentes divulgados pelos órgãos de estatística nacional. O avanço quebra uma tendência de retração que vinha desde 2016, tanto em termos percentuais quanto em números absolutos.
A última vez que o país havia registrado crescimento na sindicalização foi em 2012, quando a taxa alcançava 16,1%. Desde então, o cenário foi marcado por queda progressiva, impulsionada por mudanças na legislação trabalhista, transformações no mercado de trabalho e aumento da informalidade.
O levantamento mostra que as regiões Sul e Sudeste foram as principais responsáveis pelo aumento da taxa de sindicalização em 2024. Estados mais industrializados e com maior presença de serviços formais registraram ligeira recuperação no número de trabalhadores filiados, indicando um movimento de reorganização das categorias profissionais e fortalecimento das entidades representativas.
Mesmo com o crescimento, o país ainda vive o menor nível histórico de sindicalização quando comparado às décadas anteriores. Especialistas destacam que o resultado positivo é um primeiro passo na reconstrução da confiança dos trabalhadores nas instituições sindicais, mas que o cenário ainda exige cautela devido ao alto índice de informalidade e às mudanças nas relações de trabalho pós-pandemia.
O setor de serviços, que concentra a maior parte da força de trabalho do país, foi o que mais contribuiu para o crescimento de sindicalizados neste ano. Profissões ligadas à educação, saúde, administração pública, transporte e atendimento ao público apresentaram os melhores índices de adesão.