Escrito por: Thiago Marinho • Publicado em: 04/03/2022 – 12:13
DivulgaçãoPesquisa foi promovida pelo Fiocruz com o apoio da Confetam/CUT.
Uma pesquisa da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), com o apoio da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Confetam/CUT), acendeu o alerta para quem trabalha na área de saúde. Desgaste profissional por estresse psicológico, ansiedade e esgotamento mental foi relatado por 80% dos técnicos de enfermagem, agentes de saúde da família, maqueiros, condutores de ambulância, profissionais da limpeza, da cozinha, da manutenção e sepultadores.
Segundo a pesquisa, “Os trabalhadores invisíveis da Saúde: condições de trabalho e saúde mental no contexto da Covid-19 no Brasil”, divulgada na última semana, a pandemia aprofundou as desigualdades, a exploração e o preconceito que recaem sobre o contingente formado por mais de 2 milhões desses trabalhadores e trabalhadoras que exercem atividades de apoio no enfrentamento à Covid-19.
Dados da pesquisa:
– Foram ouvidos 21.480 trabalhadores e trabalhadoras das redes de saúde pública, privada e filantrópica, de 2.395 municípios de todas as regiões do país. Do total:
– 72,5% dos técnicos e auxiliares da saúde são mulheres,
– 59% são pretos ou pardos,
– 32,9% deles têm até 35 anos;
– 50,3% têm até 50 anos.
– 70% dos participantes do estudo citaram a falta de apoio institucional;
– 35,5% admitiram ter sofrido violência ou discriminação durante a pandemia. A maioria das agressões (36,2%) ocorreu no ambiente de trabalho, na vizinhança (32,4%) e no trajeto casa-trabalho-casa (31,5%).
– 23,9% dos profissionais já apresentam comorbidades como: hipertensão (32%); obesidade (15%); doenças pulmonares (13%); depressão (12%), e diabetes (10%).
– 85,5% disseram que, na pandemia, a jornada de trabalho chegou a até 60 horas semanais;
– 53% não se sentem protegidos contra a Covid-19 no trabalho;
– 23,1% têm medo de se contaminar;
– 22,4% citaram falta, escassez e inadequação do uso de EPIs;
– 12,7% falaram sobre a ausência de estruturas necessárias para efetuar o trabalho como um dos principais motivos de desproteção.
– 25,6% precisam fazer bicos para sobreviver porque ganham entre um e dois salários-mínimos.
Com informações da Fiocruz