Apenas no estado de SP, 642 mil pessoas estão com a 2ª dose da vacina contra a Covid-19 atrasada. A imunização só está garantida com as duas doses ou a dose única no caso da Jansen
Escrito por: Redação CUT
Cerca de 35,6 milhões de pessoas já estão imunizados com a segunda dose da vacina contra a Covid- 19 em todo o Brasil, o que representa apenas 16,82% da população. Mais de 4 milhões de brasileiros e brasileiras, no entanto, não voltaram para tomar a segunda dose, o que garante a imunização contra a doença. O número preocupa cientistas por causa da alta no número de casos da variante Delta no país. Essa cepa foi detectada na Índia é mais transmissível. E em países onde a Delta já provocou aumento de casos, mais de 85% dos infectados não tomaram a vacina contra a Covid-19.
Os cientistas alertam ainda que, apesar da queda nas últimas semanas, o país ainda registra um número alto de mortes e novas contaminações. Nesta quarta-feira (21), foram registradas 1.388 mortes por Covid-19, totalizando 545.690 vidas perdidas desde o início da pandemia. Também em 24 horas, foram registrados 54.748 novos casos, totalizando 19.474.489 de pessoas que já tiveram ou têm o novo coronavírus.
Por que tanta gente não foi tomar a segunda dose?
De acordo com os especialistas, alguns dos motivos para o abandono da segunda dose são a escassez de vacinas, a confusão sobre o intervalo entre elas, o medo de reações adversas, a dificuldade de acesso às salas de vacinação e a circulação nas redes sociais de informações falsas sobre os imunizantes.
O não comparecimento para a segunda dose já era esperado por especialistas, sobretudo para as vacinas que precisam de mais uma dose. Porém, o não comparecimento prejudica a campanha de vacinação que requer a maioria da população imunizada para poder controlar a pandemia de Covid-19.
Vacinas disponíveis no Brasil
No Brasil, há quatro vacinas disponíveis contra a Covid-19, com intervalos entre doses diferentes. Para os imunizantes da AstraZeneca/Oxford (Fiocruz) e da Pfizer, o período é de 12 semanas, para a Coronavac (Instituto Butantan) é de 28 dias. Já a vacina da Janssen, que também está disponível em alguns estados, é apenas dose única.
Nesta quarta-feira (21), o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou que cerca de 642 mil pessoas estão com a 2ª dose da vacina contra a Covid-19 atrasada no estado.
Segundo o secretário, o número de atrasados é o maior registrado desde o início da campanha de vacinação no estado, no mês de janeiro. Isso significa uma alta de 168% em relação ao balanço de fim de junho, quando 239,2 mil pessoas estavam com a 2ª dose irregular no estado.
Em julho, 284,4 mil pessoas ainda não compareceram aos postos para tomar a segunda dose da Coronavac e 357,6 mil da vacina da Astrazeneca/Oxford, de acordo com o governo paulista.
Em Sorocaba (SP), o total de faltosos que não tomaram a segunda dose da vacina contra a Covid-19 aumentou 20% e agora somam 40.400 pessoas, sendo 20,5 mil da vacina da Astrazeneca/Oxford, e mais 19,9 mil da CoronaVac.
Já em Ribeirão Preto, 7,8 mil pessoas que tomaram a CoronaVac não retornaram aos postos de vacinação. A CoronaVac tem retorno previsto para complemento a partir de duas semanas da aplicação da primeira dose. Além disso, outras 8,8 mil pessoas que foram imunizadas com a primeira dose da vacina da Oxford/Astrazeneca não retornaram.
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, os dados da secretária municipal indicam que quase 90 mil pessoas não voltaram aos postos para tomar a segunda dose da vacina, seja da Coronavac ou da Astrazeneca.
Porto Velho
Em Porto Velho, cerca de 800 pessoas ainda não retornaram para tomar a segunda dose da vacina CoronaVac, que imuniza contra a Covid-19.
Segundo o governo estadual de São Paulo, nos últimos sete dias, 288 municípios paulistas não registraram nenhuma morte por Covid-19. A ausência de óbitos em 44% das 645 cidades de São Paulo é resultado do avanço da vacinação.
São Paulo já tem metade da população adulta imunizada com pelo menos uma dose.
Atualmente, a taxa de internação em leitos de UTI Covid-19 é de 60,19% no estado e 55,65% na Grande São Paulo. Estão internadas 13.357 pessoas, sendo 6.920 em UTI, e outras 6.437 em leitos de enfermaria.
Fonte: https://www.cut.org.br