Brasília, DF – Nesta sexta-feira (14), a Esplanada dos Ministérios em Brasília foi palco de um grande ato organizado pelos professores de instituições públicas federais, que estão em greve desde meados de abril. A manifestação coincide com mais uma rodada de negociações entre as entidades sindicais e o governo federal, gerando expectativas de avanços significativos nas discussões.
A dirigente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), Francieli Rebelatto, expressou otimismo quanto aos resultados das negociações. “Estamos esperançosos de que o governo reconheça a urgência da nossa demanda por recomposição salarial ainda em 2024”, afirmou.
Além dos docentes, o ato contou com a presença de estudantes, que também levaram suas próprias reivindicações. Isadora de Oliveira, estudante de serviço social da Universidade de Brasília (UnB), destacou que os discentes estão lutando por melhores condições de estudo e apoio estudantil, alinhando-se com a causa dos professores.
A mobilização dos docentes ocorre em um contexto de disputa entre diferentes entidades sindicais. No dia 27 de maio, o governo federal assinou um acordo com a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes), que previa um reajuste de 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026, sem incluir uma correção salarial em 2024.
Este acordo gerou controvérsias, pois o Andes e o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) não reconheceram a legitimidade do Proifes para representar os servidores. A situação se complicou ainda mais quando, em 29 de maio, a Justiça Federal invalidou o acordo devido à ausência de registro sindical do Proifes, que só foi concedido pelo Ministério do Trabalho em 10 de junho.
Como resultado, o Andes e o Sinasefe decidiram manter a paralisação e pressionar por novas negociações.
Eliene Novaes, presidenta da Associação dos Docentes da UnB (ADUnB), afirmou que, caso a reunião desta sexta-feira resulte em ganhos significativos para a categoria, serão realizadas assembleias com as bases para decidir sobre a retomada ou não das atividades. “Estamos prontos para discutir com nossas bases qualquer avanço que venha a surgir, mas precisamos de um compromisso concreto do governo para encerrar a greve”, declarou.
O impasse entre as entidades sindicais e o governo federal permanece, mas a expectativa de avanço nas negociações renova a esperança de professores e estudantes por um desfecho favorável.
Texto base: Brasil de fato