No sábado (21), o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Curitiba e Região Metropolitana (Sintracon) escreveu um novo e emocionante capítulo em sua trajetória de 93 anos. Pela primeira vez, uma mulher assumiu a presidência do Sindicato. Maria Neuza Lima de Oliveira, carinhosamente chamada de Baiana, assume a função quebrando barreiras e simbolizando a conquista de um espaço historicamente masculino.
A eleição da chapa “Sintracon na Luta”, que recebeu 95,3% dos votos válidos em abril deste ano, foi muito mais do que um rito burocrático. Representou uma verdadeira vitória para as mulheres que vêm, aos poucos, ocupando mais espaços em todas as áreas, inclusive na construção civil e nos sindicatos que as representam. O momento histórico foi prestigiado por diversas entidades sindicais, majoritariamente lideradas por mulheres, incluindo o SISMUC.
Nascida em Planaltina, na Bahia, e criada no Paraná, Baiana traz consigo a força da mulher trabalhadora que representou enormes desafios ao longo da vida. Com uma história marcada pelo trabalho na agricultura, avicultura, comércio e madeireira, foi em 1992 que ela entrou no setor da construção civil, como servidor de limpeza, e cinco anos depois iniciou sua trajetória sindical no Sintracon. Hoje, ela assume a liderança de um dos sindicatos mais tradicionais de Curitiba, com firmeza e determinação, características de quem sabe o que está lutando.
Em seu discurso de posse, Baiana destacou o orgulho de poder liderar uma categoria tão aguerrida, especialmente por ser a primeira mulher no cargo. Segundo ela, em sua gestão, que dura quatro anos, trabalhará para aproximar cada vez mais os trabalhadores do Sindicato, afirmando que “juntos e organizados somos mais fortes na luta por melhores articulações e condições dignas de trabalho e vida”.
Durante seu discurso, Baiana também reforçou seu compromisso em abrir ainda mais espaços para as mulheres, tanto no sindicato quanto na construção civil. “Queremos mais mulheres em cargos de liderança. Sabemos que o caminho não é fácil, mas estamos aqui para caminhar nesta estrada juntas”, disse, emocionada.
“A posse de Baiana, mais do que uma simples transição de liderança, representa um marco na história da luta sindical. Em um setor onde o trabalho feminino é muitas vezes invisibilizado, a ascensão de uma mulher à presidência de um sindicato da construção civil é um feito que carrega consigo a força de todas as trabalhadoras que, ao longo dos anos, enfrentaram o preconceito e lutaram por seu espaço. Baiana, com sua trajetória de luta e determinação, se torna um símbolo de esperança e renovação para todas aquelas que acreditam que o futuro do trabalho é plural e inclusivo”, destaca a direção Sindicato pra Valer do SISMUC.
Texto Base: https://sismuc.org.br/